Título: Fitch sugere manutenção da meta de superávit
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2006, Economia & Negócios, p. B4

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings alertou que a manutenção da meta de superávit primário de 4,25% do PIB, apesar da saída do ministro Antonio Palocci, será importante para garantir a continuidade do controle fiscal no Brasil, um dos pilares das recentes melhoras da qualidade do crédito do País nos últimos anos.

O diretor da agência, Roger Scher, afirmou que "a continuidade de políticas macroeconômicas sólidas é fundamental para melhorar a qualidade de crédito numa economia emergente como o Brasil". Segundo ele, Palocci era o principal artífice da política fiscal do governo Lula. "Diante da muito elevada carga da dívida e pobre histórico do crescimento do PIB, um relaxamento das metas fiscais emitiria o sinal político errado, colocando a relação entre a dívida e o PIB numa trajetória altista, e poderia criar dificuldades para o governo nos leilões da dívida doméstica, nos quais mais de um terço da dívida pública é rolada a cada 12 meses", disse Scher . "Pressões recentes nos gastos, incluindo aquelas nascidas da proposta de aumento do salário mínimo, têm sido também motivo de preocupação".

Roger Scher, observou que o ministro da Fazenda é membro do Conselho Monetário Nacional, que estabelece as metas para o Banco Central. "Qualquer escorregão nessas metas poderia ameaçar a credibilidade da política monetária", disse o diretor da agência de classificação de riscos.