Título: BNDES dá a Mantega visão mais ampla do País, diz CNI
Autor: Márcia De Chiara e Rita Tavares
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2006, Economia & Negócios, p. B6

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e deputado federal (PTB/PE), Armando Monteiro Neto, disse ontem que é bom para o País ter um ministro da Fazenda com uma passagem bem-sucedida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pois ajuda na política de desenvolvimento do governo. Segundo Monteiro, essa experiência "dá ao ministro Guido Mantega uma visão mais ampla de país, que leve em conta o interesse do setor produtivo".

O presidente da CNI disse acreditar, também, que Mantega poderá ajudar a formar uma "posição de governo" que considere um ritmo mais acelerado para a redução das taxas de juros. "Se a política fiscal vai bem e a inflação está sob controle, por que não avançar na redução da taxa de juros real?" Ele, no entanto, disse não acreditar que o novo ministro ponha em risco a atual política fiscal.

A expectativa de Monteiro Neto é de que, já na primeira reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), prevista para amanhã, deve haver uma redução de pelo menos 1 ponto porcentual na TJLP para o segundo trimestre do ano. Essa taxa, usada nos empréstimos do BNDES ao setor produtivo, está atualmente em 9% ao ano.

Monteiro Neto não acredita que haverá desentendimento por causa da política monetária entre o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o novo ministro da Fazenda. "Acho que será um ambiente cooperativo entre a Fazenda e o Banco Central, o que não significa a absoluta uniformidade de opinião."

O presidente da CNI acrescentou que o Brasil todo viu "com serenidade" as mudanças na equipe econômica. Na opinião dele, o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem maturidade e é sério e ponderado. "Acho que o principal legado do ministro Palocci foi essa postura serena e equilibrada que ele sempre teve à frente do Ministério da Fazenda."