Título: Assembléia autoriza, enfim, governo paulista a utilizar seus R$ 81,2 bilhões
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/02/2006, Nacional, p. A9

Depois de intensas discussões entre os deputados que vinham desde setembro e de audiências públicas (inéditas até então) em 49 regiões do Estado, a Assembléia aprovou ontem, por unanimidade entre as lideranças, orçamento para 2006 de R$ 81,2 bilhões.

O adiamento aconteceu devido à tentativa do PT de vincular a votação do orçamento do Estado ao da União, além de divergências entre as bancadas. "Tentamos conciliar as duas votações, mas as Casas têm ritmos diferentes. Não poderíamos adiar mais. São Paulo perderia com essa demora", disse o líder do PT na Assembléia, Renato Simões. A votação no Congresso só ocorre em março. O líder do governo, Edson Aparecido (PSDB), destacou que o consenso entre os partidos abriu a perspectiva para que a Assembléia contribuísse para o aperfeiçoamento do orçamento. "O governador debateu a questão com todas as bancadas, inclusive com a oposição."

O petista enfatizou a importância de adiar a votação de dezembro para fevereiro devido ao acréscimo de R$ 573 milhões em relação ao montante programado para o fim de 2005, que era de R$ 80,7 bilhões. "Para o PT, a aprovação dessa emenda aglutinativa foi uma grande vitória. As audiências públicas contribuíram para que esse orçamento seja, talvez, o melhor que São Paulo já teve", disse Simões. O orçamento garante R$ 1 milhão para o Tribunal de Justiça Miliar, R$ 55 milhões para a Assembléia, R$ 25 milhões para financiamentos culturais, R$ 5 milhões a cada uma das 49 regiões que participaram das audiências públicas, R$ 34 milhões ao Tribunal de Justiça, R$ 14 milhões ao Ministério Público, R$10 milhões para a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e R$ 2 milhões a cada deputado estadual, que deve vincular essa verba a algum programa do governo.

O presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia (PFL), disse que o vice-governador Cláudio Lembo (PFL) participou de reuniões com membros da Assembléia e junto com o governador ajudou a montar o orçamento. Lembo assumirá o governo quando Geraldo Alckmin deixar o cargo, dia 31 de março, como tem dito que fará. "A participação do vice nessas conversas é normal e mais ainda com a perspectiva de que ele ficará no governo até o fim do ano", disse Garcia.