Título: Nova presidente da Caixa é empossada sem alarde
Autor: Vânia Cristino e Adriana Fernandes
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/03/2006, Economia & Negócios, p. B5

Sem clima para festa, foi quase escondida a solenidade de posse da nova presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, ontem. Marcada para o período da manhã no Ministério da Fazenda, a posse foi realizada no gabinete do novo ministro Guido Mantega,com a presença de poucos assessores. Somente os repórteres fotográficos e cinegrafistas tiveram acesso ao local.

Aproveitando a gritaria que os servidores administrativos da Fazenda faziam na portaria do prédio, reivindicando do novo ministro um plano de carreira, a presidente da Caixa saiu pela garagem, sem falar com ninguém.

Funcionária do banco há 22 anos, Maria Fernanda não fez menção, em seu discurso, aos prejuízos que a Caixa sofreu em sua credibilidade com a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que culminou na demissão de Jorge Mattoso da presidência da instituição.

O discurso de Maria Fernanda foi distribuído pela assessoria de imprensa do ministério. No pronunciamento, a nova presidente da Caixa destacou o fato de ser a primeira mulher a dirigir um banco federal. ¿É um fato importante para a eqüidade de gênero¿, afirmou.

Ela disse que se sentia orgulhosa e confiante em enfrentar o desafio de dirigir a instituição, que está presente na vida de milhões de brasileiros. Com 15.200 postos de atendimento, a Caixa, segundo Maria Fernanda, está presente em todos os 5.562 municípios do País, sendo hoje o maior agente de implementação das políticas públicas do governo federal.

¿Em sintonia com a sua vocação histórica, a Caixa, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi reorientada a cumprir realmente sua missão institucional de banco público¿, acrescentou.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também falou na solenidade de posse.Segundo o texto oficial, Mantega destacou a importância do aumento do crédito como base para o desenvolvimento. ¿Não há desenvolvimento econômico sem crédito¿, disse.

Mantega, que não teve chance de escolher o nome da nova presidente da Caixa, enfatizou o papel da instituição como instrumento de desenvolvimento econômico e social do País. ¿A Caixa tem dado verdadeira contribuição para a revolução do sistema de crédito¿, observou.