Título: Dólares de emigrantes batem investimentos
Autor: Fernando Dantas e Rita Tavares
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/03/2006, Economia & Negócios, p. B6

As remessas de dinheiro à América Latina e Caribe por trabalhadores emigrantes atingiram US$ 53,6 bilhões em 2005, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Fundo Multilateral de Investimento (Fomin), vinculado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O fundo admite que, embora os bancos centrais da região tenham conseguido identificar boa parte das transações, os fluxos reais de dinheiro pelos emigrantes pode ser até 10% maior.

A quantia supera os fluxos de Investimento Estrangeiro Direto e Ajuda Oficial ao Desenvolvimento. "Não é uma boa notícia, porque significa que estes emigrantes não vêem oportunidades em seus países", alertou o gerente do Fomin, Donald Terry.

Segundo ele, somente nos últimos cinco anos o BID conseguiu mapear o número de pessoas responsáveis pelas transações, a freqüência e o volume de recursos. O banco reconhece que o aumento das remessas é resultado da falta de crescimento econômico e oportunidades de emprego na América Latina e Caribe. Apenas para o Brasil, o volume de remessas atingiu US$ 6,4 bilhões no ano passado, aumento de 14% em relação ao ano anterior. Deste total, 42% foi enviado por brasileiros residentes nos Estados Unidos, 34% do Japão e 23% da Europa Ocidental, principalmente Portugal. O País foi, em 2005, o segundo maior receptor dessas remessas depois do México .