Título: Pontes realiza testes na ISS
Autor: Cristina Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/04/2006, Vida&, p. A14

O astronauta Marcos Pontes começa hoje o sexto de oito experimentos que fazem parte de sua agenda de trabalho na Estação Espacial Internacional (ISS). Ele conduz o teste com evaporadores capilares, enviado por cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), durante cinco dias. A tecnologia é bastante utilizada pela indústria na Terra para controlar a temperatura de componentes eletrônicos.

Quatro experimentos já estão em andamento: dois com sementes, um deles de caráter educacional, enviado por alunos de São José dos Campos (SP), e outro da Embrapa; um teste também mandado pela UFSC, de resfriamento de equipamentos; e um que estuda a substância luminescente dos vaga-lumes. O segundo educacional, que analisa a clorofila, foi realizado em um único dia.

Pontes dará uma pausa no início da tarde de hoje para lançar uma medalha de prata comemorativa, produzida pela Casa da Moeda, e um selo especial dos Correios. Eles serão autografados pelos cinco astronautas e cosmonautas presentes na estação , e receberão lá o carimbo da missão e da ISS.

INÍCIO DA MISSÃO

O astronauta chegou à ISS na madrugada de sábado e permanece no local até o dia 8, quando retorna à Terra com os dois atuais tripulantes da estação, o americano William McArthur e o russo Valery Tokarev. Pontes foi o primeiro a ser retirado da nave Soyuz, seguido pelo cosmonauta Pavel Vinogradov e o americano Jeffrey Williams. Os dois permanecerão na estação pelos próximos seis meses.

O brasileiro se adaptou bem e rápido ao ambiente sem gravidade, sem precisar de remédios para mal-estar. Anteontem, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, explicou que "o corpo passa por muitas adaptações" no espaço e que é necessário um certo cuidado. "Com o tempo, a sensação é confortável."

O astronauta disse que lembrou de sua mãe quando viu a Terra do espaço pela primeira vez: o planeta, disse, é tão azul quanto eram os olhos dela. Ele descansa na sala dos experimentos, dentro de um saco de dormir preso numa parede, e amarrado, para não flutuar. "Estou dormindo no local de trabalho", afirmou.