Título: Política do BC em relação a reservas continua igual
Autor: Fernando Dantas e Raquel Massote
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/04/2006, Nacional, p. B6

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou ontem a intenção de reforçar o volume das reservas internacionais brasileiras, que somam cerca de US$ 61 bilhões. Ao ser indagado sobre a disposição do governo de aumentar as reservas, Meirelles respondeu que dará continuidade ao processo de acumulação, levando em conta as condições de liquidez do mercado financeiro, mas também evitando que as compras adicionem volatilidade ao mercado cambial. "Se em algum momento chegarmos à conclusão de que atingimos o nível adequado, certamente vamos anunciar. Não é o caso agora."

A declaração de Meirelles foi parte de um trabalho de "bombeiro", exercido em todo o fim de semana, reafirmando a continuidade da política econômica, independentemente da saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda. Desde a noite de sexta-feira, ele teve vários encontros com representantes de bancos estrangeiros que participam de seminários que antecedem a 47ª reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que começa hoje. Nas conversas, uma preocupação foi o grau de independência do Banco Central.

"Desde o início de sua gestão, o presidente Lula tem assegurado a autonomia do Banco Central para suas decisões", disse Meirelles na abertura do seminário do Institute of International Finance (IIF) - o único compromisso aberto à imprensa. O presidente do IIF, Charles Dallara, apresentou Meirelles como figura-chave no processo de estabilização da economia brasileira no governo Lula, mas também garantidor de que esse processo terá continuidade, apesar da saída de Palocci do Ministério da Fazenda.