Título: Aumento afeta mais as famílias de baixa renda
Autor: Marcelo Rehder
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/04/2006, Economia & Negócios, p. B6

O estudo do movimento Simplificando o Brasil mostra que o aumento da carga tributária tem afetado mais as famílias de baixa renda do que as mais ricas. Nos últimos dez anos, a carga para as famílias que ganham até 2 salários mínimos saltou de 28,2% para 48,8% da renda familiar - aumento de 20,6 pontos porcentuais. Já para as famílias com renda superior a 30 salários mínimos a carga subiu de 17,9% para 26,3%, uma alta de 8,4 pontos porcentuais.

O problema é a regressividade do sistema. Os mais pobres são afetados pelos impostos indiretos, embutidos nos preços dos bens e serviços (IPI, ICMS, PIS e Cofins). A carga desses tributos sobre a renda das famílias de até 2 mínimos subiu de 26,5%, em 1996, para 45,8%, em 2004. Já a carga da tributação direta (IR, contribuições trabalhistas, IPVA, IPTU e ISS), passou de 1,7% para 3,1% no mesmo período. Além disso, a taxação sobre o consumo recai igualmente a todos. Ao comprar no supermercado, um banqueiro, por exemplo, paga sobre o valor dos produtos o mesmo imposto que um bancário.