Título: Petrobrás contesta reportagem
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/03/2006, Nacional, p. A7

Estatal nega superfaturamento e favorecimento à GDK

Em nota, a Petrobrás contestou ontem a reportagem do Estado baseada em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou superfaturamento de US$ 23 milhões e favorecimento à GDK num contrato da estatal para adaptação da plataforma P-34. Como o Estado já registrara, a Petrobrás discorda das investigações dos auditores e reafirmou na nota que "não houve superfaturamento (...) nem tampouco favorecimento" à GDK.

A GDK é a empresa que deu um jipe Land Rover ao ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, depois da assinatura desse contrato, de US$ 89 milhões. O relatório do TCU foi enviado à CPI dos Correios e ainda não foi julgado pelo plenário da corte.

A Petrobrás afirma que, "ao contrário do que faz supor a matéria, o processo ainda não foi julgado e, portanto, não há decisão sobre a existência de qualquer irregularidade". A reportagem não "fez supor" que o processo já foi julgado no TCU e se limitou a contar que a auditoria foi remetida à CPI.

A estatal também diz que "é mentirosa a afirmação de que o TCU recomendou a suspensão dos pagamentos à contratada e aplicação de multa ao presidente da Petrobrás". A reportagem explicou que a multa e a suspensão dos pagamentos foram recomendações dos auditores ainda não avaliadas pelo tribunal.

Na nota, a Petrobrás apresenta os mesmos argumentos registrados pelo Estado para rebater os auditores. "A avaliação do TCU baseia-se em método de orçamentação distinto do que pratica a companhia e, por isso, obtém resultados diferentes", afirmou a estatal.

Sobre o superfaturamento, afirmou que "os auditores usaram metodologia diferente da que foi prevista no edital de licitação e por isso chegaram a valores diferentes". Contestou que Silvio tenha influenciado as nomeações da empresa e não se manifestou sobre as supostas tentativas de obstrução das investigações apontadas pelo TCU e registradas pelo Estado que motivaram o pedido de multa ao presidente da estatal, Sérgio Gabrielli.