Título: INSS no Pará é alvo de onda de ocupações
Autor: Carlos Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/03/2006, Nacional, p. A12

Fetagri e Contag mobilizam mais de 1.300 e invadem sete agências

Sete agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram ocupadas ontem por mais de 1.300 trabalhadores rurais ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) nos municípios de Marabá, Tucuruí, Altamira, Abaetetuba, Cametá, Bragança e Itaituba. Eles exigem maior agilidade nos processos de concessão de benefícios a homens e mulheres do campo, contratação de mais servidores para as agências, além de material de expediente para os funcionários.

As agências de Paragominas, Santa Isabel do Pará e Capanema foram fechadas porque os servidores temiam que também fossem invadidas. Em Belém, líderes da Fetagri, da Confederação de Trabalhadores da Agricultura (Contag), sindicatos de trabalhadores rurais e pescadores se reuniram com dirigentes do INSS no Estado e com a gerente-executiva do órgão em Brasília, Raquel Gadea, a quem apresentaram reivindicações.

Em Marabá, onde a agência foi ocupada por 600 pessoas, há apenas dois funcionários para atender os 13 municípios da região, onde vivem 600 mil pessoas. "É impossível para dois seres humanos, por mais esforçados que sejam, suportarem tanta demanda", criticou o diretor da Fetagri, Raimundo Borges.

Em Tucuruí, a sede do órgão foi ocupada por 250 trabalhadores, que se queixam de mau atendimento. "Não há nem papel para trabalhar", disse a lavradora Carmem Botelho. Em Itaituba, os invasores querem a contratação de servidores e de um perito, construção de novo prédio e revisão de mais de 300 processos de aposentadoria que foram indeferidos.

A morosidade na tramitação de processos e o indeferimento de 950 pedidos de pensão por morte ou invalidez, auxílio-doença e salário-maternidade motivaram a invasão do prédio do INSS de Altamira por 200 lavradores.

A direção do INSS informou que está avaliando as reivindicações, prometendo atender as mais urgentes, mas pede a desocupação imediata dos prédios invadidos.