Título: Pesquisa da CNI mostra consumidor mais confiante
Autor: Renata Veríssimo
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/03/2006, Economia & Negócios, p. B1

O resultado da pesquisa Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra crescimento do otimismo dos brasileiros em relação à economia.

De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, esse otimismo se deve à confiança na queda da inflação e no crescimento da oferta de emprego e da renda, em razão das "condições favoráveis da economia".

De acordo com a pesquisa, foi de 104,9 pontos o Inec no primeiro trimestre deste ano - 3,3% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado, quando foi de 101,58 pontos. "Os consumidores estão mais otimistas do que em todo o ano de 2005", afirma comunicado da CNI distribuído com o resultado.

O levantamento foi feito entre 8 e 11 de março, antes das declarações do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que abalaram o prestígio do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O texto da CNI afirma que "a recuperação do mercado de trabalho reduz o medo do desemprego, alimentando as expectativas positivas da população".

Pelos dados da pesquisa, a maioria das 2.002 pessoas ouvidas acredita que a taxa de emprego se manterá ou cairá: 34% disseram ter muito medo de perder o emprego e 30% afirmaram não temer demissão no primeiro trimestre de 2006. "O indicador de expectativas de emprego mostra avaliações mais otimistas que em 2005", afirmam os autores do estudo.

A pesquisa feita no primeiro trimestre do ano passado mostrava 35% das pessoas com muito medo de perder o emprego, índice que subiu para 37% no último trimestre de 2005.

Em relação à inflação e à renda pessoal, o otimismo dos brasileiros é maior: 56% acreditam que os preços não vão aumentar nos próximos seis meses, e 16% desses 56% apostam que a inflação vai cair. Além disso, uma fatia de 34% das pessoas acredita que a renda aumentará nos próximos seis meses. Apenas 14% temem uma queda. Os que esperam manutenção do valor de seus vencimentos são 52%, segundo a pesquisa.