Título: Serra amplia vantagem, mostra pesquisa
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/04/2006, Nacional, p. A9

A tão sofrida decisão de renunciar à Prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo estadual em outubro custou muito menos danos do que o ex-prefeito José Serra imaginava. Metade dos eleitores paulistas acha que Serra "agiu mal" ao sair da Prefeitura, mas o julgamento não se estende ao momento de escolher o voto, demonstra pesquisa Datafolha divulgada ontem, que confirmou - e até ampliou - os números anunciados na semana passada pelo Ibope.

Serra vence com folga no primeiro turno em todas as simulações apresentadas pela pesquisa. A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) continua sendo a principal adversária de Serra: ele tem entre 55% e 56% das preferências e ela transita entre 17% e 19%.

Contra o senador Aloizio Mercadante (PT), a vantagem aumenta: Serra tem entre 57% e 59% e o petista, entre 13% e 14%. Se o nome do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) for retirado da planilha, os índices de Serra sobem mais ainda.

Num hipotético segundo turno, as diferenças ficam bem mais elásticas. Serra superaria Marta por 65% a 27%, bateria Mercadante por 69% a 22% e Quércia, por 71% a 18%.

Na simulação de um embate direto contra o ex-prefeito Paulo Maluf, Serra chegaria aos 76% e Maluf, com 9%, perderia até para os votos em branco - que atingiriam 12%.

A renúncia dividiu o eleitorado ao meio: 46% dos paulistas acham que ele "agiu bem" ao sair e 45% pensam que ele "agiu mal". Os homens (48%) aceitaram melhor a renúncia do que as mulheres (44%). Os que têm o ensino fundamental apoiaram a saída em larga escala, ao contrário dos que têm curso médio.

A maior rejeição no Estado é de Maluf - 60% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum. A segunda maior rejeição é de Marta (30%) e a terceira, de Quércia (28%). A rejeição mais baixa é justamente de Serra: apenas 12% dos eleitores.

É de Serra, também, o favoritismo, segundo a previsão dos eleitores: 64% dizem que ele vai ganhar as eleições. O instituto foi a campo entre os dias 6 e 7 de abril e entrevistou 1.682 eleitores em 45 municípios paulistas, com margem de erro de 2 pontos porcentuais.