Título: Maioria dos grupos já se dissolveu ou foi desmantelada
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2006, Internacional, p. A14

Com o anúncio de cessar-fogo permanente da ETA, a maioria das organizações clandestinas européias da velha-guarda foi desmantelada, se dissolveu ou se integrou à atividade política.

IRLANDA DO NORTE - O Exército Republicano Irlandês (IRA) passou 27 anos lançando ataques a bomba para forçar a Irlanda do Norte a se separar da Grã-Bretanha e incorporar-se à República da Irlanda. Antes de anunciar um cessar-fogo em 1997, o grupo matou 1.775 pessoas e feriu muitas outras. Seu braço político, o Sinn Fein, aceitou um acordo de paz em 1998. No ano passado, o IRA Provisório renunciou à violência. Três grupos dissidentes do IRA realizam atividades de contrabando de combustível e drogas.

FRANÇA - Várias organizações separatistas realizaram centenas de ataques a bomba e tentativas de assassinato desde meados da década de 70 para promover a causa da independência da Córsega. O principal grupo é a Frente Nacional de Libertação da Córsega, responsabilizada pela maioria dos ataques. O grupo declarou cessar-fogo em 1999, mas tem sido acusado de violações do pacto, motivadas por confrontos com organizações separatistas menores.

ALEMANHA - Em 1970, começou a operar a Fração do Exército Vermelho, também conhecida como Baader-Meinhof, cujo objetivo era provocar uma revolução marxista na então Alemanha Ocidental. O grupo seqüestrou empresários, atacou políticos, promotores e chefes policiais, colocou bombas nas sedes de grandes corporações e em bases militares americanas e seqüestrou um avião. Andreas Baader, um dos fundadores, e outros dois líderes se mataram na prisão em 1977, após as autoridades rejeitarem as exigências de sua libertação feitas por seqüestradores de um avião. O Baader-Meinhof matou 32 pessoas. Depois de anos de inatividade, a organização anunciou sua dissolução em 1998.

GRÉCIA - Um grupo revolucionário marxista chamado 17 de Novembro assumiu responsabilidade pela morte de 20 pessoas de 1975 a 2002. Entre as vítimas estão um chefe da CIA, um capitão da Marinha americana, adidos militares das embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha. Está inativo desde 2002.

ITÁLIA - As Brigadas Vermelhas, fundadas em 1970 para promover uma revolução marxista, mataram centenas de funcionários públicos, juízes, advogados e chefes policiais. Em 1978, o grupo seqüestrou e assassinou o ex-primeiro-ministro Aldo Moro. Três anos depois, seqüestrou um general do Exército americano, resgatado pela polícia. Divergências internas provocaram rachas em 1984 e a organização perdeu destaque com a prisão de vários líderes. Em 2002, o grupo matou um assessor econômico do governo.