Título: As dúvidas mais freqüentes dos consumidores
Autor: Isabel Sobral e Ricardo Grinbaum
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/04/2006, Economia & Negócios, p. B16

Faltariam lugares ou haveria fila de espera para vôos domésticos caso a Varig parasse? Provavelmente não, pois outras companhias têm assentos suficientes para suprir o mercado. Juntas, TAM e Gol somam 74% do mercado e deverão ampliar a oferta de assentos em 30% no ano.

E nos vôos internacionais? As empresas estrangeiras deverão assumir a maioria dos passageiros, já que a participação da Varig ainda era de 68% até o mês passado.

Compensa tentar reservar passagens para gastar as minhas milhas agora? Se o passageiro tem um uso para as milhas, é bom gastar. Mas ainda é precipitado viajar sem motivo apenas para gastá-las. Não é certo que a empresa vai parar, dizem consultores, e caso isso ocorra, pode ser que as empresas que assumam as operações da Varig façam acordos, como exigir um certo número de vôos para considerar as milhas antigas. Além disso, caso a Varig quebre, não fará muita diferença se o passageiro tiver bilhetes ou milhas nas mãos, pois têm prioridade de recebimento das dívidas os empregados da empresa e credores estatais.

É indicado tentar voar com outras empresas, para evitar problemas de cancelamentos de vôo e atrasos na Varig? Consultores do setor aéreo dizem que sim, pois a regularidade da empresa está baixa e corre-se o risco de perder compromissos. No entanto, se o passageiro tem flexibilidade de horários, viajar com a Varig pode sair mais barato agora.

Devo ter medo de voar com a Varig, temendo falta de manutenção nos aviões? Segundo especialistas do mercado, não. A empresa não arriscaria perder credibilidade e, com certeza, prefere atrasar ou cancelar vôos. A Varig também diz, em comunicado, que a segurança é pré-requisito e que investe muito nisso por meio do Gipar (Grupo de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). "O projeto é extremamente eficiente, principalmente por avaliar, antecipadamente, probabilidades - ameaças e erros - e evitar acidentes."

Se meu vôo for cancelado, como devo proceder? Para Marli Aparecida Sampaio, diretora de Programas Especiais do Procon, o passageiro não deve brigar com a empresa ou ficar nervoso. Caso a companhia não o recoloque em outro vôo, deve dirigir-se ao posto do Departamento de Aviação Civil (DAC) ou da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no aeroporto. A Anac deve, por lei, cuidar destes assuntos. Se o passageiro perder algum compromisso importante, ainda pode procurar a Justiça, pedindo danos morais.

Se eu chegar ao aeroporto e a Varig tiver quebrado, o que faço? E se isso acontecer enquanto estou fora do Brasil? Segundo Marli, é muito improvável que a empresa feche de um dia para o outro. De qualquer forma, o passageiro deve se dirigir ao posto da Anac ou do DAC para ser encaminhado para outro vôo. Se o passageiro estiver fora do País também será preciso consultar o órgão local para checar os procedimentos. "O importante é estar atento aos noticiários e chegar sempre com muita antecedência ao aeroporto", diz ela.