Título: IPCA-15 recua para 0,37%
Autor: Jacqueline Farid
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/03/2006, Economia & Negócios, p. B12

Queda foi puxada pelas mensalidades escolares

A alta nos preços dos combustíveis não impediu o recuo da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) para 0,37% em março, ante 0,52% em fevereiro. A queda foi puxada pelas mensalidades escolares, que foram o principal impacto na taxa de fevereiro e reduziram drasticamente a alta em março.

O IPCA-15 é avaliado pelo mercado financeiro como prévia do IPCA, referência para as metas de inflação do governo e também divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença entre os dois índices está no período de coleta.

A gasolina (2,17%) e o álcool (7,69%) deram as maiores contribuições para a inflação em março, cada um com 0,10 ponto porcentual. As altas resultaram da mudança na composição da gasolina a partir do início de março, com menor porcentual de álcool e, ainda, dos reajustes no preço do álcool na entressafra da cana-de-açúcar. No primeiro trimestre, o IPCA-15 acumulou alta de 1,41% e em 12 meses, de 5,49%.

Para Marcela Prada, da Tendências Consultoria, apesar do esperado aumento dos combustíveis, que impediu uma queda maior da inflação, o resultado do índice "foi bem positivo", mostrando um bom comportamento dos preços não monitorados pelo governo, cuja variação caiu de 0,40% em fevereiro para 0,25%.

As mensalidades escolares, após 5,38% em fevereiro, desaceleraram para 0,80% em março. Também contribuíram para o recuo da taxa alguns itens de consumo que chegaram a apresentar resultados negativos, como os artigos de vestuário (queda de 0,11%) e os aparelhos de TV, som e informática (-1,75%).

Ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou os resultados do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que mostrou perda de ritmo nos reajustes dos preços no varejo em São Paulo. Os preços na cidade subiram 0,27% no IPC-S de até 22 de março, ante alta de 0,30% no indicador anterior, de até 15 de março

Nas outras seis capitais pesquisadas, os resultados foram os seguintes: Salvador (0,58%), Recife (0,37%), Belo Horizonte (0,27%), Brasília (0,23%), Porto Alegre (0,17%) e Rio (0,03%).