Título: César Maia anuncia que PFL fecha com PSDB já no 1º turno
Autor: Kelly Lima
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/03/2006, Nacional, p. A15

Prefeito oficializa decisão do partido de não lançar nome à Presidência

O prefeito do Rio de Janeiro e vice-presidente nacional do PFL, César Maia, oficializou ontem a decisão do partido de não lançar candidatura própria à Presidência da República. Como se esperava, o partido vai apoiar a indicação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB.

O prefeito e o governador ficaram reunidos durante quase duas horas antes de anunciar a decisão. Depois fizeram um primeiro corpo-a-corpo no Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga, em São Cristóvão, na zona norte. "O Rio foi uma porta de entrada da campanha de Alckmin no Nordeste", definiu Maia, que no trajeto recebeu manifestações de apoio de populares, pedindo que ele lançasse sua própria candiatura.

O apoio ao PSDB, no entanto, só está oficializado no plano nacional. Segundo Maia, os presidentes do PSDB, Tasso Jereissati, e do PFL, Jorge Borhaunsen, ainda irão analisar a situação de Estado antes de definir as composições regionais. "Garanto que não há problemas regionais que possam se interpor ao nosso apoio ao governador", afirmou o prefeito.

Indagado sobre sua antiga e explícita preferência pela candidatura de José Serra, o prefeito comentou: "Digamos que me casei e não vou ficar me perguntando se teria sido melhor com minha ex-namorada."

Alckmin ressaltou a importância da aliança com o PFL na disputa eleitoral e para a composição do governo, no caso de uma vitória. "A qualidade do governo depende das pessoas que o compõe", disse. "O que temos aí hoje é um deboche."

O governador aproveitou para se referir à dança da deputada Ângela Guadagnin, do PT, quando comemorou a absolvição de João Magno (PT-MG): "É lamentável ver cenas deste tipo. A política não pode ser feita para companheiros, mas sim para o povo."

O ministro Antônio Palocci, também foi criticado por Alckmin, quando se referiu à situação do caseiro Francenildo Santos Costa, que está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), subordinado ao Ministério da Fazenda: "Esta atitude mostra um perfil autoritário de quem não tem compromisso com valores e princípios que deveriam nortear a vida democrática."

O prefeito cobrou de Alckmin uma campanha mais agressiva em relação ao governo. "Quando há a chance de uma reeleição, o candidato da situação já sai em vantagem. Só o que é muito diferente consegue fazer com que o público queira mudar."

Alckmin considerou a cobrança positiva, mas adiantou que o ritmo da campanha será definido no seu decorrer. "Teremos confrontos de propostas. Vamos nos concentrar nos nossos projetos."