Título: EDF deve continuar no País na área de geração
Autor: Mônica Ciarelli
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/03/2006, Economia & Negócios, p. B20

A estatal francesa Electricité de France (EDF), que acaba de vender o controle acionário da Light, pretende continuar no Brasil na área de geração, além de ter ficado com 10% de participação na distribuidora fluminense. Segundo fontes do mercado, a empresa francesa não bateu o martelo na venda da termelétrica Norte Fluminense porque não quer apenas um comprador, mas sim um parceiro.

A idéia é ter uma participação relevante nesta usina, onde hoje detém 100% do capital, e dar continuidade às obras da termelétrica Paracambi, atualmente na fase de terraplenagem. O único empecilho para o negócio é a dificuldade em conseguir garantia de fornecimento do gás natural para as usinas operarem. No mercado todos dizem que quem tem combustível hoje não abre mão dele e a Petrobrás não tem assinado contratos adicionais de fornecimento.

Simultaneamente à venda da Light, a EDF recebeu propostas para a Norte Fluminense, mas resolveu esperar um pouco para buscar alternativas. Um dos grupos interessados neste ativo é o próprio Rio Minas Energia (RME), que comprou a Light. Conforme fontes, a solução para esse ativo deve sair nas próximas semanas.

Caso a EDF não consiga um parceiro que resolva o problema de abastecimento do gás, a estatal francesa pode vender toda a sua participação. Também não está descartada a possibilidade de futuramente colocar à venda os 10% de participação na Light. A empresa teria ficado com essa fatia para garantir uma transição mais tranqüila, mas não teria mais interesse na distribuição.

Isso porque, na avaliação dos executivos franceses, esse segmento exige um relacionamento muito estreito com o consumidor e órgãos reguladores, difícil de ser administrado a 8 mil quilômetros, em Paris. A geração, por sua vez, é vista como uma área mais rentável e de mais fácil gestão.