Título: Argentina diz a Mandelson que não vê avanço em Doha
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/03/2006, Economia & Negócios, p. B12

O governo do presidente Néstor Kirchner deixou claro ao comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, que não serão possíveis avanços na negociação da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Entre os empecilhos indicados pelo governo argentino está a resistência da UE em adotar uma redução ¿mais agressiva¿ dos subsídios agrícolas. Mandelson retrucou, indicando que a Argentina e o resto do Mercosul (o país atualmente exerce a presidência pro-tempore do bloco) deveriam abrir mais o setor de indústrias e serviços. A ministra da Economia, Felisa Miceli, que se reuniu com Mandelson, explicou ao enviado europeu que ¿existe um compromisso da Argentina para que a rodada consiga um resultado satisfatório, mas é preciso que tenhamos garantias de que os países em desenvolvimento sejam os mais beneficiados nesta negociação¿. Miceli segue a cartilha do presidente Kirchner e defende a proteção ao setor industrial argentino, o que já causou vários conflitos com o principal sócio do Mercosul, o Brasil.