Título: Crise já abala a imagem da Caixa entre investidores
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Fonte: O Estado de São Paulo, 30/03/2006, Economia & Negócios, p. B9

A imagem da Caixa Econômica Federal perante os grandes investidores ficou muito arranhada com o episódio da violação e vazamento do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. Segundo uma fonte da instituição, os funcionários de alto escalão foram bastante questionados por investidores institucionais, como os fundos de pensão e as seguradoras. "Criou um certo desconforto", admitiu. Felizmente, segundo o técnico, a situação de constrangimento não evoluiu para uma perda de captação de recursos. A área responsável pelos grandes investidores garante que a instituição conseguiu captar até mais no meio do tiroteio político. "Desde janeiro que a captação está, mês a mês, cerca de duas vezes e meia superior à verificada no mesmo período do ano passado", disse a fonte, referindo-se aos fundos de investimento geridos pela instituição.

Segundo a Caixa, o comportamento se repetiu na caderneta de poupança. "Na poupança, a Caixa é uma instituição de tradição e um episódio isolado não bastaria para abalar a confiança dos poupadores", argumentou a fonte.

O banco se viu no meio de um turbilhão desde a notícia do vazamento do extrato da poupança do caseiro há duas semanas. Segunda-feira, o então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, disse à Polícia Federal que ele próprio levou o extrato ao ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. No mesmo dia, Palocci e Mattoso caíram. Para a presidência da Caixa foi a funcionária de carreira Maria Fernanda Ramos Coelho.