Título: Recebimento de R$ 120 mil originou pedido de cassação
Autor: Denise Madueño e Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/04/2006, Nacional, p. A4

Livre da cassação na semana passada pelo plenário da Câmara, o deputado José Mentor (PT-SP) foi acusado pela CPI dos Correios depois que ficou constatado que ele recebeu R$ 120 mil de empresas de Marcos Valério, apontado como um dos operadores do mensalão.

No Conselho de Ética, onde Mentor teve o pedido de cassação aprovado, deputados usaram sua atuação na CPI do Banestado como argumento em favor da cassação. O relator que pediu a perda de mandato, deputado Nelson Trad (PMDB-MS), considerou que Mentor usou o escritório de advocacia do qual é sócio para mascarar o recebimento do dinheiro de Valério.

"Não resta dúvida de que o representado recebeu, por intermédio de seu escritório de advocacia, a quantia de R$ 120 mil de empresa pertencente a Marcos Valério, facilitador do Banco Rural e peça-chave nos escândalos, sem nenhuma contraprestação que se possa dizer equivalente", disse Trad em seu parecer. Parlamentares do conselho disseram que Mentor protegeu o Banco Rural, quando foi relator da CPI do Banestado, que funcionou entre 2003 e 2004 para analisar remessa ilegal de dinheiro ao exterior.

Em sua defesa, Mentor afirma que os R$ 120 mil foram recebidos como pagamento de consultoria de seu escritório de advocacia à empresa de Rogério Tolentino, sócio de Valério.