Título: Medida não afeta outras entidades de previdência
Autor: Vânia Cristino, Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2006, Economia & Negócios, p. B1,3,4,5

A intervenção e a conseqüente liquidação dos planos dos funcionários da Varig no Fundo Aerus são fatos isolados que não deverão afetar as demais entidades de previdência privada fechada, conhecidas como fundos de pensão. A avaliação é de Eduardo Correia, diretor de Previdência da Mercer Human Consulting, consultoria especializada em recursos humanos, benefícios e previdência privada. "Na maioria dos fundos de pensão, há um equilíbrio entre os benefícios e os recursos disponíveis para arcar com esses compromissos."

Ainda de acordo com o diretor da Mercer, houve um aprimoramento da legislação ao longo dos anos que diminuiu bastante a exposição dos fundos a riscos. "Atualmente há normas atuariais e contábeis a ser seguidas que dão maior transparência aos fundos."

Entre as medidas nos últimos anos, por exemplo, está a troca dos planos de benefício definido (em que a futura renda do participante é definida no momento da adesão ao fundo) pelos de contribuição definida, em que o saldo final determinará o valor da renda do beneficiário. "Isso ajudou a sanear o mercado", complementa o diretor de Previdência da Mercer.

Além disso, segundo Correia, há o acompanhamento de perto da administração do fundo pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC), organismo vinculado ao Ministério da Previdência Social e responsável pela fiscalização do setor.

Correia diz que, até o fim do ano passado, havia cerca de 371 fundos de pensão cadastrados na SPC, patrocinados por cerca de 2,1 mil empresas ou grupos econômicos, abrangendo 2 milhões de participantes e 6 milhões de beneficiários