Título: 'Não se pode subestimar o risco da dívida interna'
Autor: Patrícia Campos Mello
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/04/2006, Economia & Negócios, p. B8

O grande medo é que a crise na Islândia se agrave, contamine Hungria, Turquia e Nova Zelândia, e essa sucessão de turbulências financeiras afete a confiança dos investidores estrangeiros. Baqueados, os investidores começariam a evitar riscos, fugindo de todos os países emergentes, inclusive o Brasil.

Como o Brasil depende menos de fluxos externos para fechar suas contas, está mais protegido. "Mas não se pode subestimar o risco da dívida interna", di z Christian Stracke, estrategista da Credit Sights. Há uma idéia de que, como grande parte da dívida interna está nas mãos de brasileiros, não há risco de crise. "Mas é preciso lembrar que, na crise eleitoral de 2002, foram os brasileiros que passaram a exigir prêmios maiores para rolar a dívida de curto prazo do governo, diante da incerteza. Se houver uma grande mudança no humor mundial, qualquer um pode tirar seu dinheiro do País, ainda que seja mais difícil para os locais."