Título: Alckmin agora supera Lula em São Paulo
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/04/2006, Nacional, p. A16

Após confirmar pré-candidatura, ex-governador sobe 14 pontos no Estado

Com apenas duas semanas de candidatura confirmada à Presidência da República, o tucano Geraldo Alckmin já supera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro de casa: a pesquisa Ibope/SETCESP mostrou que o paulista de berço Alckmin bate o paulista por adoção Lula na preferência dos eleitores paulistas; se eleição presidencial se limitasse a São Paulo, o ex-governador venceria no primeiro turno por 46% a 28%.

Na primeira rodada da pesquisa, há um mês, Alckmin e Lula apareciam empatados, ambos com 32%. Nas eleições reais de 2002, Lula bateu o tucano José Serra no Estado de São Paulo por 46,1% a 28,5%. De cada 4,5 eleitores brasileiros, 1 vive em São Paulo, que tem um contingente de 27,7 milhões de inscritos, correspondente a 22% do eleitorado brasileiro.

Num hipotético segundo turno no Estado, Alckmin ampliaria a vitória sobre o presidente Lula, batendo-o agora por 55% a 31%. Neste caso, se computados os votos válidos, Alckmin teria 64% e Lula, 36%. A pesquisa mostra que, na disputa polarizada entre o tucano e o petista, os eleitores paulistas preferem claramente os candidatos paulistas: os outros postulantes aparecem sempre com porcentuais insignificantes.

ENJEITADOS

Lula comanda o pelotão dos mais rejeitados pelos eleitores paulistas: 35% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Além dele, o pelotão é composto pelo deputado Enéas Carneiro (Prona-SP), com 37%, e pelo ex-governador fluminense Anthony Garotinho (PMDB), também com 35%. Já Alckmin navega em céu de brigadeiro: divide o trono dos menos rejeitados com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o deputado Roberto Freire (PPS-PE), todos com apenas 11%.

Na citação espontânea dos eleitores paulistas Alckmin também saiu na frente: ele foi mencionado como candidato preferencial por 25% dos eleitores de São Paulo, enquanto Lula foi citado por 21%. Na primeira rodada da pesquisa Ibope/SETCESP, há um mês, quando Alckmin ainda não tinha deixado o governo de São Paulo, o tucano e Lula apareceram empatados na pesquisa estimulada; na pesquisa espontânea, Lula, com 23%, estava bem à frente de Alckmin, então com 11%.

A queda de Lula e a ascensão de Alckmin se explicam pelos caminhos cruzados das avaliações que os paulistas fazem do governo federal e do governo estadual. As avaliações do governo Lula são muito mais críticas e as avaliações do governo Alckmin são muito mais generosas. O "ótimo/bom" do governo federal, que somava 33% na rodada anterior da pesquisa, caiu agora para 30%; o "ruim/péssimo", cuja soma era de 26% em março, subiu agora para 29%.

Já a avaliação do governo Alckmin alcançou, nesta rodada, 62% de "ótimo/bom" (tinha 65% há um mês) e manteve o porcentual de apenas 7% na soma de "ruim/péssimo". As avaliações do governo Alckmin são equilibradas e conseguem porcentuais favoráveis na capital, na periferia e no interior. A melhor está na periferia (66% de "ótimo/bom").

A pior avaliação do governo Lula está na capital, onde atinge 31% na soma de "ruim/péssimo". A melhor avaliação do governo federal também está na periferia, onde a soma de "ótimo/bom" chega a 37%.