Título: Lula vai à TV e faz auto-elogio
Autor: Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/05/2006, Nacional, p. A13

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a auto-suficiência na produção do petróleo para saudar o trabalhador no 1º de Maio. Em discurso ontem em cadeia de rádio e TV, um balanço positivo de seu governo e, em ano de eleição, disse que é necessário fazer mais para a qualidade de vida dos brasileiros, mas é impossível conseguir tudo em curto prazo. Numa crítica indireta à oposição, afirmou que auto-suficiência do petróleo é "um símbolo de otimismo e de vitória sobre o discurso derrotista que domina certos setores".

Lula atribuiu a auto-suficiência no petróleo a uma "vitória histórica" construída pelo trabalhador. "Agora, estamos livres tanto de crises de abastecimento como de oscilações agudas no preço do petróleo. A auto-suficiência vai nos ajudar, também, a aumentar as reservas e a economizar recursos para melhorar a vida do nosso povo."

Pregando otimismo, ele disse que esse avanço mostra que o País tem condições de vencer outras batalhas com esforço e determinação. "É impossível fazer tudo isso num prazo muito curto, mas em 39 meses de governo temos avançado bastante nessa direção", avaliou. Como avanços, o presidente citou que 3 milhões de pessoas foram tiradas da miséria, foram criados quase 4 milhões de empregos com carteira assinada no setor privado e o Bolsa Família está acabando com a fome e a desnutrição de 36 milhões de pessoas.

"Muita coisa ainda precisa melhorar no País, mas nos últimos 3 anos a balança se inverteu em favor do brasileiro comum, em especial do trabalhador", garantiu. "Tudo isso não aconteceu por acaso, mas porque temos um projeto de Nação e um plano de governo. Porque sabemos o que queremos e para onde estamos caminhando."

Lula afirmou que a tendência de queda da taxa de juros vai continuar para estimular a produção e melhorar o crescimento. Ele prometeu investir no setor produtivo e no social. "Vamos dar ainda mais ênfase à educação e ao desenvolvimento tecnológico. E continuar agindo com responsabilidade, porém com muita sensibilidade", disse. "Hoje podemos investir mais porque criamos as condições para isso. Mas sem comprometer o equilíbrio fiscal e o controle da inflação."