Título: Wall Street puxa queda da Bovespa
Autor: MARIO ROCHA, SILVANA ROCHA, LUCINDA PINTO
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Economia & Negócios, p. B18

Alta do petróleo futuro derruba as Bolsas americanas; vencimento do índice futuro também influi no movimento

O Ibovespa voltou a cair, desta vez 1,49%, puxado pelo mau desempenho das Bolsas americanas e pela pressão do vencimento, hoje, do índice futuro. Depois de duas altas seguidas, o dólar fechou em baixa de 0,83% para R$ 2,139, na roda da BM&F, e de 0,79%, para R$ 2,14, no balcão, enquanto o paralelo recuou 0,31%, para R$ 2,28. Os juros futuros projetaram queda, o risco país caiu 0,41%, para 244 pontos, e o A-Bond perdeu 0,05%, vendido com ágio de 7,35%.

Com este resultado, a Bovespa entrou no vermelho (0,13%) no acumulado de abril. A alta do petróleo futuro prejudicou os negócios em Wall Street, onde o Dow Jones caiu 0,46%, a Nasdaq 0,98% e o S&P 500, 0,77%.

O movimento financeiro ficou em R$ 2,228 bilhões. Os "comprados" no vencimento de Ibovespa Futuro ajudaram a pressionar o índice de ações. Mas a Bolsa não resistiu à pressão externa e os "vendidos" acabaram jogando o Ibovespa para baixo.

Até o dia 6, o saldo de capital estrangeiro em abril na Bovespa era positivo em R$ 303 milhões. No dia 7, teriam entrado mais R$ 55 milhões. As maiores altas do índice foram de Telemar ON (3,35%), Comgás PNA (1,42%) e Souza Cruz ON (0,97%).

O recuo dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano e o fluxo cambial positivo derrubaram o dólar. A pesquisa eleitoral CNT/Sensus não influenciou diretamente os negócios. Os volumes financeiros aumentaram com a antecipação de negócios por causa do feriado de sexta-feira. No mercado futuro, os investidores inverteram as apostas e os cinco contratos negociados projetaram queda.

O Banco Central foi agressivo no leilão de compra, mas não conseguiu mudar a trajetória do comercial. Calcula-se que o BC comprou cerca de US$ 200 milhões. Hoje não haverá leilão de swap cambial reverso.