Título: Selic menor não reduz os juros bancários
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Economia & Negócios, p. B15

Corte médio das taxas do crédito pessoal foi de apenas 0,01% no início do mês

As taxas de juros cobradas pelos bancos no empréstimo pessoal e cheque especial ficaram estáveis no início do mês, apesar da redução de 0,75 ponto porcentual da taxa Selic em março. Segundo a Fundação Procon-SP, no empréstimo pessoal os juros médios recuaram apenas 0,01 ponto porcentual, de 5,38% para 5,37% ao mês (87,39% ao ano) - mesmo nível praticado no início de abril de 2005.

Nessa época, no entanto, a Selic estava em 19,25% ao ano ante os 16,5% de agora, o que significa que os bancos adotaram uma política à conta-gotas para redução dos juros ao consumidor. Entre janeiro e setembro do ano passado, durante o ciclo de aperto monetário, os juros do empréstimo pessoal subiram de 5,22% para 5,46%. Com o início da queda da Selic, os bancos voltaram a cortar suas taxas, mas de forma conservadora. De setembro até agora os juros dessa modalidade caíram apenas 0,09 ponto porcentual.

No cheque especial, a taxa média caiu um pouco abaixo da registrada em abril do ano passado, de 8,24% para 8,21% ao mês (157,7% ao ano). Mas neste mês, comparado com março, os juros ficaram estáveis. Alguns bancos promoveram reduções no cheque especial. O Bradesco alterou de 8,23% para 8,17% ao mês e o Banco do Brasil, de 7,99% para 7,95%. Em compensação, o HSBC elevou sua taxa do cheque especial de 8,37% para 8,47%. O banco, porém, optou por reduzir a taxa do empréstimo pessoal, de 4,87% para 4,84% ao mês.

A pesquisa do Procon-SP foi feita dia 3, com 10 instituições financeiras: HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco. A menor taxa verificada no empréstimo pessoal foi a da Nossa Caixa (4,25% ao mês) e a maior, a do Itaú (5,95%). No cheque especial, a menor taxa foi a da Caixa Econômica Federal (7,20% ao mês) e a maior, a do Itaú e Santander (8,50%).

Os técnicos do Procon-SP recomendam ao consumidor uma análise cuidadosa para verificar se é realmente necessária a contratação de crédito.