Título: Gripe aviária e embargo a carne inibem vendas
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Economia & Negócios, p. B12

Em março, exportação rendeu US$ 618,8 milhões, só 5% mais em relação ao ano anterior

O temor dos consumidores mundiais de comer carne de frango por causa da gripe aviária e o embargo de 56 países às carnes brasileiras por causa dos casos de febre aftosa impediram um crescimento maior das exportações do produto em março. As exportações de carnes renderam US$ 618,878 milhões, um crescimento de 5% em relação a março de 2005.

"Apesar do resultado positivo, as exportações de carne já refletem os impactos da redução da demanda externa em função da gripe aviária e o do embargo russo, sobretudo nas exportações de carne suína", informou o Ministério da Agricultura ao divulgar o resultado da balança comercial do agronegócio.

Em março, as exportações totais do agronegócio renderam US$ 3,979 bilhões, com alta de 16% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os gastos com importações subiram 28,4%, chegando a US$ 583 milhões. Como resultado, o superávit comercial foi de US$ 3,395 bilhões, aumento de 14,3%. Tanto o valor das exportações quanto o superávit representam recordes para o mês de março.

No primeiro trimestre, o saldo da balança comercial do agronegócio somou US$ 8,272 bilhões, valor 9,3% superior ao do mesmo período de 2005. O resultado em 2006 é recorde para o período. Os embarques de produtos agrícolas renderem US$ 9,797 bilhões ao País, número também recorde para o primeiro trimestre do ano e 11,5% acima do valor exportado no mesmo período do ano passado. Seguindo a tendência verificada em outros segmentos da economia, as importações agrícolas cresceram 24,7%, para US$ 1,524 bilhão.

Já no setor de carnes, março teve queda de 1% no volume exportado e aumento de 6% nos preços. As exportações de carne bovina in natura tiveram melhor desempenho, apresentando crescimento de 22%, em virtude do aumento de 14,6% no volume exportado e do crescimento de 6,6% nos preços médios de venda.

Já a receita cambial obtida com os embarques de carne suína caiu 50,6%.As exportações de frango in natura diminuíram 5,4% em volume, mas com preços 3,5% superiores a igual período de 2005, o que resultou numa queda de 2% na receita.

De acordo com o Ministério da Agricultura, "houve uma desaceleração da queda em relação a fevereiro, quando o volume exportado diminuiu 9,7% em relação ao mesmo período de 2005".