Título: Abimaq prevê crise em seis meses
Autor: Adriana Fernandes
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Economia & Negócios, p. B5

Entidade entrega a Mantega lista de pedidos de isenção tributária

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, alertou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, para o risco de uma crise na indústria e na agricultura no prazo de seis meses. A Abimaq apresentou a Mantega uma lista de pedidos para o setor, entre eles a redução a zero do imposto de importação sobre os aços longos usados pela indústria de máquinas. O governo já diminuiu o imposto para os tipos de aço usados pela indústria automobilística.

"Estamos vendo uma tempestade daqui a seis meses", disse Mello, acrescentando que esse cenário se concretizará se não houver medidas compensatórias para o declínio dos investimentos do setor produtivo. Mello disse a Mantega que o segmento tem como "antever" esses sinais com mais clareza. Na semana passada, o ministro previu crescimento de 6% da indústria este ano. "Sem as medidas, essa meta não será alcançada."

A Abimaq apresentou a Mantega dados que mostram queda de 8,9% no faturamento das empresas do setor no 1º bimestre ante igual período de 2005, disse o presidente da entidade. O consumo de máquinas no País - que representa a produção nacional mais o total de importações e menos as exportações - caiu 3% no período. "Esse dois números já acendem a luz amarela."

IPI Segundo Mello, a redução da tarifa de importação para aços longos é necessária para enfrentar o aumento "exorbitante" dos preços das siderúrgicas nacionais. Ele também pediu a isenção do IPI sobre válvulas e bombas, hoje em 18%. Os bens de capital, citou ele, já tiveram alíquota zerada, mas as bombas e válvulas ficaram de fora. "Não se trata de isentar pequenas válvulas e bombas, mas grandes equipamentos que são bens de capital, componentes importantes de unidades produtivas."

A terceira medida solicitada foi a interferência do ministério junto ao Conselho Nacional de Política Fazendária, para que solucionar o problema dos créditos do ICMS originários da Lei Kandir às empresas exportadoras. "É preciso que a Fazenda use sua influência junto aos Estados para equacionar o problema."