Título: Máquinas de usina são poucas e de baixo rendimento
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Internacional, p. A18

As 164 centrífugas do centro experimental de Natanz significam pouco. Seria preciso que houvesse na usina um conjunto de pelo menos 600 máquinas dedicadas exclusivamente ao trabalho de separar o urânio pobre e acumular o urânio rico, de mais poder energético, para que em oito meses o resultado fosse um lote de pastilhas pesando alguns gramas de material enriquecido, capaz de servir de combustível para reatores - se potencializado a 3,5%, como o governo do Irã garante que será feito - ou para armas, se o índice de beneficiamento chegar a 90%. O programa nuclear de Teerã começou em 1988. Os primeiros sucessos foram obtidos apenas nos últimos seis anos, depois da aproximação entre os governos do Irã, da China e da Coréia do Norte. O vice-presidente e chefe do projeto, Gholam Aghazadeh, admite que utiliza especialistas independentes, recrutados no Paquistão e na Rússia. De acordo com os serviços de inteligência militar dos Estados Unidos, o rendimento das centrífugas de Natanz é baixo. Isso implicaria de 3 a 5 anos para obtenção de uma quantidade significativa de urânio enriquecido. Antes de produzir bombas, os peritos iranianos ainda precisariam superar outros obstáculos tecnológicos: a miniaturização das armas, a construção dos gatilhos e a produção dos mísseis lançadores.