Título: PDT decide até maio se terá candidato à Presidência
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Nacional, p. A13

Setores do partido são contrários à candidatura própria, que inviabilizaria alianças regionais

O presidente nacional do PDT, deputado estadual Carlos Lupi (RJ), disse ontem em São Paulo que o diretório nacional deverá decidir até a primeira quinzena de maio o nome do candidato do partido à Presidência. "Queremos que a população saiba que o PDT é uma alternativa viável ao PSDB e ao PT. Somos o partido que oferece a opção de desenvolvimento econômico ao projeto do PT e do PSDB, que é, em síntese, o mesmo." A candidatura própria, no entanto, não é consenso.

Ontem os pré-candidatos do PDT - o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa, o senador Cristovam Buarque (DF) e o ex-diretor do BNDES Bautista Vidal - participaram de debate na Assembléia de São Paulo. O senador Jefferson Peres (AM), outro pré-candidato, não pôde comparecer.

Embora todo o debate tenha transcorrido em defesa da candidatura, setores do PDT indicaram que tal proposta não deverá frutificar, uma vez que governadores e forças regionais preferem independência para a formação de coligações locais com partidos como PSDB, PFL e PMDB.

A visão de alguns setores, sobretudo dos governadores, é de que o PDT tem reais condições de vencer ou manter os governos do Amapá, com Waldez Góes; do Maranhão, com Jackson Lago; e do Paraná, com Osmar Dias.

Além disso, sem lançar candidato, o PDT seria competitivo nas disputas em mais seis Estados, em especial, segundo esses mesmos integrantes da legenda, no Espírito Santo e na Bahia. "Ao que tudo indica, a candidatura presidencial não sai, dada a força que os governadores terão nos debates dentro do partido", observou um integrante da legenda, que pediu anonimato.

De toda forma, Lupi anunciou o calendário pretendido pela sigla antes de anunciar o eventual candidato à Presidência. No dia 25 de abril, e em 2 e 5 de maio, os pré-candidatos voltarão a se reunir em Brasília, Rio e no Paraná para discutir idéias e propostas para a formação de um programa de governo. Depois, ainda na primeira quinzena de maio, o Diretório Nacional do PDT se reúne para escolher o nome que disputará a campanha presidencial.

"O PDT trabalha de forma ultrademocrática e não precisa realizar prévias ou travar disputas internas para escolher seu candidato. Por isso, decidiremos nossa candidatura ainda no começo de maio", insistiu Lupi.