Título: Preocupações com o Irã persistem e preço do barril bate novo recorde
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/04/2006, Economia & Negócios, p. B7

O petróleo voltou a quebrar recordes ontem , pois os investidores estão receosos de que a crescente tensão internacional com o programa nuclear do Irã possa levar a uma interrupção do fornecimento daquele país. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato de petróleo para maio subiu 1,02%, para fechando em US$ 69,32 o barril, a maior cotação desde agosto. A máxima foi em US$ 69,40 e a mínima em US$ 67,87.

Em Londres, o contrato de petróleo Brent para junho subiu 0,71% para US$ 70,57 o barril, rompendo a barreira dos US$ 70 pela primeira vez. Na máxima, o contrato chegou a US$ 70,72 o barril. Na mínima, foi negociado a US$ 69,08 o barril.

O Irã é o segundo maior membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) depois da Arábia Saudita. Ele produz cerca de quatro milhões de barris por dia, 5% do total mundial.

"Quem quer ficar vendido antes do feriado se há três dias pela frente em que pode ocorrer alguma coisa no Irã?", disse o economista Jason Schenker, do Wachovia. "Embora o risco seja provavelmente muito baixo, três dias é um período longo no front geopolítico."

O volume de negócios foi baixo, com muitos investidores já fora do mercado. O analista e corretor Tom Bentz, do BNP Paribas, disse que a cobertura de posições foi conduzida principalmente por operadores locais. "Os preços ainda não estão prontos para a correção." As notícias de instabilidade em Chade, pequeno produtor africano, podem ter servido de incentivo para as compras, mas o suporte veio mesmo "das ambições nucleares do Irã, dos problemas de produção na Nigéria e da oferta reduzida de gasolina", segundo Bentz.