Título: Plano alternativo separa a área internacional
Autor: Irany Tereza
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/04/2006, Economia & Negócios, p. B1,3

Ministros da Defesa e do Trabalho ainda buscam saída

Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já terem afirmado que não haverá dinheiro público para salvar a Varig, os ministérios da Defesa e do Trabalho ainda estão em busca de soluções, em parceria com os empregados da empresa aérea. Ontem, o ministro da Defesa, Waldir Pires, avaliava um plano pelo qual a empresa seria dividida em dois segmentos, com objetivo de preservar as rotas internacionais da Varig, consideradas de interesse estratégico para o País.

A parte nacional, seria absorvida pelas demais companhias brasileiras e o passivo, de R$ 7 bilhões, iria para uma espécie de fundo, para que se fizesse um acerto de contas quando chegasse ao final uma ação que a Varig já ganhou do governo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no valor de R$ 4,5 bilhões. Nessa a ação, da qual a União está recorrendo, a Varig pleiteia compensações por prejuízos sofridos durante planos econômicos. A proposta tem apoio das centrais sindicais CUT, CGT e Força Sindical.

Só há um consenso entre todas as partes: qualquer que seja a solução, ela tem de ser rápida porque a situação da Varig se agrava a cada dia.

Hoje, ela já está com 25 aviões parados. A expectativa dos que apostam numa saída é de que uma solução seja apresentada na semana que vem.

Pela proposta, a Varig Internacional, que é considerada rentável, seria gerida por um grupo gestor com capacidade de intervenção, durante um determinado período. Depois, seria vendida para empresa nacional, de investidores brasileiros, garantindo empregos, rotas e a sobrevivência da marca Varig nas rotas internacionais.

Os interessados em salvar a Varig com os recursos das ações que exigem reparação por perdas em planos econômicos, alegam que o recebimento do dinheiro é só questão de tempo, já que num primeiro momento o STJ deu ganho de causa à empresa. Não se trataria, portanto, de dinheiro público, mas de cumprimento de uma decisão judicial.