Título: Presidente afirma que prepara 'potência'
Autor: José Maria Tomazela, Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2006, Nacional, p. A7

Segundo Lula, educação está avançando mais que nos últimos 50 anos

Ao participar de eventos na área da educação, em Sorocaba, no interior de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem estar convencido de que vai fazer em 4 anos mais do que seus antecessores fizeram em 50. "O que nós estamos fazendo no Brasil é preparando esse País para se tornar uma grande potência no século 21", disse. Para ele, o Brasil só poderá se tornar uma potência mundial no dia em que estiver exportando conhecimento.

"Não tem nada mais sagrado do que a elevação do conhecimento de um povo para que ele possa ser competitivo para disputar mercado, produto, pesquisa e o direito do Brasil, no século 21, ocupar um lugar que não ocupou nem no século 20, nem no 19", afirmou.

Ao elogiar o ministro da Educação, Fernando Haddad, o presidente disse que, no período de 14 meses, o governo pôs 93 mil jovens na universidade, sobretudo jovens da periferia. "Nós já colocamos no Brasil 204 mil novos jovens na universidade; e em São Paulo, 74 mil. E até junho vamos colocar mais 46 mil em todo território nacional."

Desse total, segundo Lula, 40% são afrodescendentes, "negros e negras que estavam marginalizados". Ele também defendeu as oportunidades de profissionalização para as mulheres: "Sabemos que no Brasil muitas mulheres apanham do marido, mas são mulheres que muitas vezes não têm independência e ficam esperando do salário do marido."

Ao ver um grupo de catadores de papel, o presidente aproveitou para dizer que todo ano se reúne com catadores de São Paulo. "Ser catador de papel não é menor que ser engenheiro ou reitor. Os humildes estão muitas vezes catando a sujeira que outros jogam."

Lula plantou um ipê para marcar o início das obras dos campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) em Sorocaba. Sua platéia era constituída quase exclusivamente por militantes petistas, que o aplaudiam e gritavam "um, dois, três,é Lula outra vez". Um grupo de estudantes que protestava foi afastado.

O presidente não quis falar com a imprensa. O senador Aloísio Mercadante (PT-SP) atendeu os jornalistas, até lhe fazerem perguntas sobre a possibilidade de impeachment. Nessa hora ele se afastou.