Título: Senado rejeita nova lei de imigração
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/04/2006, Internacional, p. A25

Divisão entre republicanos e democratas barra projeto que poderia legalizar milhões de imigrantes

O Senado americano rejeitou ontem o projeto da nova lei de imigração. O otimismo demonstrado pelos líderes na quinta-feira foi substituído por divisões entre republicanos e democratas. E a proposta acordada no dia anterior foi derrotada por 60 votos a 38. O fracasso ocorreu por causa das cerca de 400 emendas apresentadas. Para os democratas, houve exagero na quantidade de emendas e havia textos de senadores republicanos que descaracterizariam o pacto.

Já o líder republicano Bill Frist reclamou dizendo que os democratas teriam "asfixiado o direito de cada senador de oferecer emendas e expressar sua opinião". Apenas três das emendas apresentadas foram votadas.

Sobre o futuro da lei de imigração no Senado, ninguém arrisca uma previsão. Ontem, havia dúvidas sobre uma possível nova votação na volta do recesso, que já começou. O democrata Dick Durbin afirmou não ter "muitas esperanças de que teremos tempo ou vontade para superar o que temos visto nos últimos dias". O republicano John McCain, porém, insistiu em um acordo.

O projeto derrotado no Senado afetaria os cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais dos EUA. Os que vivem no país há mais de cinco anos poderiam pedir cidadania, caso atendessem a algumas exigências. Quem vive entre dois e cinco anos teria de sair do país para obter um visto de trabalhador temporário. Os que vivem há menos de dois anos teriam de partir.

A aprovação, porém, não significaria uma mudança imediata na legislação. O projeto ainda teria de ser discutido na Câmara, onde uma lei restritiva sobre a questão da imigração foi aprovada recentemente. Leis mais rígidas, além de desagradar aos ilegais e ter um peso político, poderiam significar um custo alto para os contribuintes americanos.