Título: Grupo também atuava em obras hospitalares
Autor: Sérgio Gobetti e Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/05/2006, Nacional, p. A7

Os grampos telefônicos realizados durante a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, mostram que o grupo preso sob acusação de fraude em licitações de ambulâncias atuou também em outras áreas, como em obras hospitalares. Nas conversas entre Darci José Verdoin, dono da Planam, a principal fornecedora de ambulâncias, e Maria da Penha, que atuava dentro do Ministério da Saúde, fica claro que os dois tratavam também das obras em hospitais. De acordo com a Polícia Federal, em diálogo gravado no final de janeiro, Penha fala que, dos R$ 8,8 milhões destinados a uma obra em hospital, R$ 3,5 milhões já tinham sido empenhados pelo governo. Na administração pública, o "empenho" significa um sinal oficial de que determinada soma de recursos está reservada para a aquisição de um bem ou serviço. No diálogo sobre os R$ 8 milhões, Penha conta ao ex-patrão Darci que estava investigando o parecer técnico sobre a obra. As conversas gravadas com autorização judicial ajudaram a PF a esclarecer a forma de agir da quadrilha. Havia, por exemplo, tentativas de disfarçar o pagamento das propinas para Penha. Em dezembro, Darci conversa com Maria da Penha. Diz que vai mandar "R$ 3 mil para o menino". Segundo a PF, o dinheiro seguiria para as mãos de Maria da Penha.