Título: Discurso do embaixador brasileiro só teve elogios
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2006, Economia & Negócios, p. B14

Discurso do embaixador brasileiro só teve elogios

Em tom bem diferente de europeus e americanos e contrário a certas conclusões da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador brasileiro em Genebra, Clodoaldo Hugueney, fez discurso ontem na sabatina da China elogiando a forma pela qual Pequim estava implementando as regras da entidade e como vem adotando políticas de distribuição de renda, promovendo a queda de barreiras e iniciando medidas para simplificar a burocracia nas aduanas.

Segundo ele, as tarifas de importação chinesas caíram de 15,6% em 2001 para 9,7% em 2005. Lembrando que o comércio entre Brasil e China cresceu 44,3% em 2005, Hugueney apenas citou que alguns setores produtivos do País estavam preocupados com o aumento das importações. Não citou produtos nem as críticas oficiais.

O Itamaraty, que deu ordens aos diplomatas para não criar atritos com a China na sabatina, destacou dois aspectos que preocupam o governo: as regras fitossanitárias que continuam "pouco claras" e o uso de licenças de importação para interferir nos preços.

Em 2005, importou US$ 5,3 bilhões e exportou US$ 6,8 bilhões para a China. Mas o aumento das vendas de produtos agrícolas vendas foi só de 4,8%. Ainda assim, Brasília aponta que, diante dos esforços do país, ele deve se "beneficiar do status que merece". Depois dos elogios, Hugueney disse ter expectativas de que as relações do Brasil com a China "passem a níveis ainda mais altos".