Título: EBX critica governo Evo e condena seqüestro
Autor: João Naves
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2006, Economia & Negócios, p. B10

A EBX Siderúrgica de Bolívia S.A., empresa de capital brasileiro que aguarda licença para iniciar a produção de ferro gusa na província de Germán Busch de Santa Cruz, divulgou nota ontem na qual se exime de qualquer responsabilidade pelo sequestro de três ministros do governo boliviano. A ação foi coordenada por manifestantes da região sudeste do país. O comitê cívico de Santa Cruz não concorda com a decisão do governo boliviano de não emitir a licença para o início da operação da EBX.

No limite da discussão, está uma disputa interna do país na qual a região sob influência de Santa Cruz de la Sierra exige mais liberdade para o desenvolvimento de projetos industriais, como siderúrgicos, de mineração e petroquímicos.

Apesar de criticar a intransigência do governo boliviano, acusá-lo de não conhecer o projeto e inclusive ameaçar abandonar o empreendimento, a empresa encerrou a nota dizendo que "não apóia qualquer manifestação social que utilize força e agressão".

A EBX investiu US$ 148 milhões para produzir ferro gusa nesta primeira fase e quer investir mais US$ 120 milhões na produção de aço. O novo governo boliviano alega que a EBX não respeitou preceitos ambientais, pretende usar carvão vegetal ao invés de gás natural para a produção de gusa e foi instalado na região fronteiriça, numa zona franca.

Na nota, a empresa garante que o projeto tem sustentabilidade ambiental, utiliza o gás natural em várias etapas do processo e que a localização da siderúrgica está "coerente com a legislação tributária existente na Bolívia".