Título: CMN aprova venda de mais ações do BB a estrangeiros
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2006, Economia & Negócios, p. B6

Proposta do banco aumenta participação de investidores externos de 5,6% para até 12,5% do capital social

Investidores estrangeiros vão poder comprar mais ações do Banco do Brasil. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem, em reunião extraordinária, proposta do banco para que seja permitido o aumento da participação estrangeira no capital social da instituição para até 12,5%. Atualmente os estrangeiros podem ter no máximo 5,6% do capital do BB. A decisão do CMN precisa ainda ser ratificada por decreto do presidente Lula, como prevê a Constituição.

Segundo nota distribuída pelo Banco Central, o BB pediu que o limite de participação dos investidores estrangeiros em seu capital fosse elevado para facilitar o processo de venda de parte das ações do banco, programado para este semestre.

O BB já comunicou ao mercado que seus principais acionistas - Tesouro Nacional e o Previ, o fundo de pensão dos funcionários - decidiram fazer uma oferta de ações equivalente a até 7,5% do capital do banco. O processo encontra-se na fase de escolha das instituições que vão coordenar a oferta pública.

Segundo a nota do BC, o objetivo da venda das ações é aumentar o nível de liquidez dos papéis do banco no mercado. Este é um passo importante para que a instituição possa ser incluída no Novo Mercado da Bovespa, onde é preciso ter no mínimo 25% das ações em bolsa, além de respeitar práticas de boa governança, transparência e respeito aos investidores.

Parte do lote de ações que será vendido é do Tesouro Nacional, acionista majoritário do BB, que detém 72,1% do capital do banco. Elas estão em nome do Fundo de Garantia à Exportação (FGE). A Previ tem 13,9% e o BNDESPar 5,8%, além do próprio BB, que possui 1,4% de suas ações em tesouraria, ou seja, sem serem negociadas. O BB vai vender tudo o que possui em tesouraria, com os demais parceiros entrando com um pequeno porcentual, até chegar a 7,5% do capital.

Segundo uma fonte do BB, embora possa parecer pequena, a fatia de 7,5% que será vendida é significativa. Com a venda, o BB praticamente dobrará a quantidade das ações negociadas em bolsa, que somam 6,8% do capital. Esses papéis estão nas mãos de investidores. Essa oferta, mais a subscrição dos bônus B (papéis utilizados em 1996 para capitalização do banco), que somam 2% das ações, elevará para mais de 15% do capital a quantidade de papéis do BB negociados em bolsa.