Título: Para desarmar adversários, a experiência nos tribunais
Autor: Luciana Nunes Leal, Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/04/2006, Nacional, p. A4

Márcio Thomaz Bastos usou a experiência de meio século de embates históricos nos tribunais para tentar driblar os oposicionistas mais agressivos. Foi dramático ao dizer que "não maculou" sua biografia e que a Polícia Federal, da qual é chefe, não é instrumentalizada pelo governo. A voz ficou embargada em alguns momentos, especialmente quando fez um relato de sua carreira. Poucas vezes discutiu com algum parlamentar, mas ainda nesses momentos foi cuidadoso, pausado e respeitoso.

Como um velho e astuto criminalista em ação no grande júri, sabia que não seria um bom caminho irritar os adversários. "Estou à disposição dos senhores, quero me colocar ao escrutínio de todos, à sensatez e à acuidade dos senhores. Quero que me perguntem porque tenho a certeza de que está na minha consciência, está na natureza dos fatos que aconteceram. Eu tenho a certeza da lisura do meu comportamento." Quando entrou na Comissão de Constituição e Justiça, cumprimentou um a um os deputados. Ângela Guadagnin (PT-SP), a dançarina da pizza, mereceu um beijo do ministro.