Título: OS PRINCIPAIS PONTOS DO DEPOIMENTO DE THOMAZ BASTOS
Autor: Luciana Nunes Leal, Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/04/2006, Nacional, p. A4

Rumores: "Não é função do ministro da Justiça disseminar suspeita, fofocas, rumores. O que eu não fiz foi disseminar boatos, o que fiz foi agir com a tranqüilidade, com a prudência e o comedimento que se exige do ministro da Justiça"

Atribuições: "Não maculei meus deveres, não fui além nem aquém do que me permitia a Constituição. Tudo que fiz nesta crise da quebra de sigilo foi absolutamente dentro das minhas atribuições"

Defesa: "Dizer que eu arquitetei defesas, que sou o grande advogado oculto do governo, o Rasputin, é absolutamente inverídico. Jamais cometi um deslize. Jamais cometi uma quebra de fidelidade ao meu juramento de ser um ministro da Justiça respeitador da Constituição e seguidor das leis"

Tempo recorde: "Montamos uma Polícia Federal capaz de investigar quem quer que fosse, sem perseguir e sem proteger. Felizmente a polícia resolveu o caso em tempo recorde. Um ministro caiu, o presidente da Caixa caiu. Agora, eles vão exercer o direito de defesa"

Palocci: "O ministro Palocci me pediu a indicação de um advogado. Considero minha participação o cumprimento de um dever. Um colega me pediu uma indicação. Indiquei um advogado porque não advogo, não aconselho, não acoberto. Não protegi ninguém"

Negativa: "Não sou a instância a quem Palocci devesse confessar algo. Ele não me confessou nada"

Lula: "Eu tinha de cumprir o meu papel de manter o presidente informado. Exatamente na medida do que a gente sabia, sem avançar em ilações, em deduções. Relatei, como era do meu dever, ao senhor presidente, tudo o que ia acontecendo. O que não fiz foi disseminar boatos, espalhar rumores"

Muito grave: "Eu disse ao presidente Lula que o fato era sério. O presidente considerou muito grave. Ele disse várias vezes que era o Estado investindo contra o pobre caseiro, um cidadão desvalido. A afirmação do presidente parece obsessiva. Era o Estado, o Leviatã, violando o sigilo de um cidadão enfraquecido. O presidente insistiu para que fosse desvendado"

Assessores: "O eminente deputado (Jutahy Júnior) faz juízos de valor preconceituosos e destituídos de suporte fático. Repilo com toda energia. Não participamos, eu e meus assessores, da quebra de sigilo. Meus assessores não foram a nenhuma reunião criminosa"

Sem demissão: "Me orgulho de ser ministro do presidente Lula. Nunca pedi demissão, não vou pedir demissão"

Mentira: "É mentira, isso não aconteceu. Ouvi com indignação (a suspeita de que se tramou a oferta de R$ 1 milhão para que um funcionário da Caixa assumisse a culpa pela violação da conta do caseiro)"

Resposta: "O discurso panfletário de V. Exa. me autoriza a usar esse tipo de tom (para Alberto Goldman, que chamou Palocci e Lula de 'heróis sem caráter')"

Lisura: "Tenho a certeza da lisura do meu comportamento. Tenho a certeza da impossibilidade que eu tinha, pelo próprio julgamento e pelo meu próprio passado, de transgredir a lei para acobertar alguém, para proteger alguém"