Título: 'Nós não queremos dinheiro público', garante a associação dos pilotos
Autor: Rodrigo Morais
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/04/2006, Economia & Negócios, p. B6

"Não queremos dinheiro público. Queremos usar os recursos do fundo de pensão da Varig (Aerus) para ajudar a salvar a empresa", garantiu ontem o assessor de Relações Institucionais da Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), comandante Marcelo Duarte, durante manifestação em favor da empresa, organizada pela Apvar e outras entidades. O ato reuniu 250 pessoas e fechou uma das pistas da orla na zona sul do Rio de Janeiro.

Os manifestantes distribuíram panfletos e fitas verdes e amarelas e portavam faixas contendo frases como "O Brasil é a Varig" e "O governo não quer ajudar mas atrapalhar"

Duarte comentou que a área precisa de um sócio com capital suficiente para assumir os passivos e revitalizar as operações.

Os manifestantes pediram maior apoio do governo, com a extensão no prazo de pagamentos a dois credores estatais: a BR Distribuidora e a Infraero.

Em meio ao som de apitos e frases de protesto o presidente da Apvar, Rodrigo Marocco, explicou que a empresa precisa de pelo menos dois meses de prazo junto à BR Distribuidora, que fornece o combustível; e de cinco meses de carência junto à Infraero. "Atualmente, a Varig tem de pagar, à vista, cerca de R$ 2 milhões por dia para ter o combustível da BR Distribuidora, enquanto as outras pagam a prazo", reclamou.

De acordo com o presidente, a dívida da empresa junto à União e empresas privadas gira em torno de R$ 8 bilhões. Embora tenha admitido o alto valor das contas a pagar, considerou que governo também teria débito de mais de R$ 4 bilhões junto à companhia, referente ao congelamento de tarifas durante os Planos Cruzado, Collor e Bresser, entre 1985 a 1992.

Cerca de 400 funcionários, dos 11 mil do quadro de funcionários ativos da Varig, aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) da empresa.