Título: Seguro contra risco político é uma alternativa
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/04/2006, Economia & Negócios, p. B1,3,4

As recentes mudanças políticas na América do Sul e na África estão obrigando a Companhia Vale do Rio Doce a olhar com mais cautela seus projetos de internacionalização. Ontem, o diretor de Relações Internacionais da mineradora, Renato Amorim, revelou que a empresa já analisa com grandes seguradoras a possibilidade de contratar apólices contra os riscos políticos nessas regiões. Com essa estratégia, a Vale tenta se precaver de problemas como o enfrentado pela siderúrgica de Eike Batista na Bolívia. O governo Evo Morales ameaça expulsar a empresa. Outras multinacionais na Bolívia e na Nigéria estão sob a mesma ameaça. "Se o país mudou a regra do jogo, você pode ser ressarcido (pelo seguro de risco político). Isso é evidente quando um ditador expropria investimentos estrangeiros. Mas há maneiras mais sutis de se fazer isso." Amorim observou, porém, que a contratação de seguro contra risco político tem custo elevado. "É um instrumento bastante exótico e caro." Em 2005, a Petrobrás, que atravessa problemas com seus investimentos na área de gás por causa do quadro político na Bolívia, optou por não contratar esse tipo de seguro, alegando que o risco político já estava embutido no custo do projeto.