Título: Dilma anuncia R$ 400 milhões para vítimas do câmbio
Autor: Sandra Hahn
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2006, Economia & Negócios, p. B11

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou ontem uma linha de crédito de cerca de R$ 400 milhões para beneficiar, com capital de giro, alguns setores econômicos intensivos em mão-de-obra e com perfil exportador. O primeiro segmento enquadrado no benefício é o de calçados, disse ela, ressaltando que o projeto será anunciado na próxima semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A linha de crédito terá recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

O financiamento terá correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), acrescida de até 2,8% ao ano. O Banco do Brasil será o agente repassador e o pagamento será em 12 meses, com 12 meses de carência.

A ministra disse ainda que não há medidas em estudo sobre a taxa de câmbio, alvo de críticas da indústria calçadista e vista como obstáculo à exportação.

O presidente da Federação Democrática dos Sapateiros, João Batista Xavier Silva, perguntou à ministra sobre a possível ampliação das parcelas de seguro-desemprego para os trabalhadores do setor. A categoria quer mais duas parcelas e estender a vantagem aos demitidos em 2006. Segundo Dilma, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, acha positivo o aumento de parcelas.

AGRICULTURA Ao comentar os protestos realizados ontem por produtores agrícolas de vários Estados, a ministra disse que o governo adotou ¿uma série de medidas anti-cíclicas¿ para apoiar o setor agrícola.

O governo, disse a ministra, reconhece que a agricultura tem características cíclicas e específicas e optou por mecanismos de financiamento e leilões neste apoio, dentro das regras internacionais de comércio.

¿O governo usa os mecanismos legítimos da competição para assegurar que os danos em momentos cíclicos de crise sejam neutralizados ao máximo possível.¿

Dilma citou que o governo refinanciou dívidas, atuou na melhoria das condições de comercialização e defendeu interesses agrícolas brasileiros no mercado internacional. ¿Todos os instrumentos à nossa disposição nós utilizamos, mantendo a competitividade da indústria e o acesso dela a todos os mercados¿, afirmou.