Título: Na transição, despesa cai quase pela metade
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/04/2006, Nacional, p. A14

Segundo Caixa, pagamento passou a ser feito por serviço prestado

Ao substituir a multinacional Gtech na prestação dos serviços lotéricos, a Caixa Econômica Federal vai obter uma grande economia. Já no processo de transição a despesa da instituição caiu quase pela metade. De acordo com dados da Diretoria de Transferência de Benefícios, os pagamentos à Gtech passaram de uma média de R$ 402 milhões por ano para R$ 230 milhões.

A queda ocorreu, segundo o diretor Joaquim Lima, porque no contrato de transição com a multinacional o pagamento passou a ser feito por serviço prestado. "Até então, a Gtech era uma espécie de sócia da Caixa. Ganhava uma participação no negócio", explicou.

No modelo de pagamento que vigorou até o início do ano passado, a Gtech ganhava um porcentual sobre a arrecadação dos jogos e mais uma tarifa móvel, que variava de R$ 0,12 a R$ 0,55 por transação bancária.

Isso significava que o pagamento devido à multinacional subia automaticamente todas as vezes que um prêmio de loteria acumulava e isso levava mais apostadores às casas lotéricas.

No novo sistema, o preço pela prestação do serviço é fixo e vai ser pago pelo prazo de dois a cinco anos, dependendo da validade de cada contrato firmado individualmente com cada uma das quatro empresas vencedoras dos pregões. No total, a Caixa vai gastar R$ 678 milhões, menos da metade do R$ 1,389 bilhão previsto como preço-base nos pregões.

Nesse preço estão incluídos os serviços de armazenagem e distribuição, a cargo dos Correios, fornecimento de volantes e bobinas para as máquinas pela Wintech do Brasil, aquisição de 25 mil terminais, com manutenção e assistência técnica garantida pelo consórcio liderado pelo Bradesco, e o uso a rede de transmissão de comunicação, responsável pelo envio dos dados, a cargo da Vicom.