Título: Boliviano alerta para o alto custo da troca
Autor: Fabíola Salvador e Leonardo Goy
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/05/2006, Economia & Negócios, p. B3

Em La Paz, a idéia de que o Brasil poderia produzir álcool de cana-de-açúcar para se livrar do gás boliviano inspirou uma observação irônica. Os custos do álcool são tão superiores que apenas reforçariam as vantagens de comprar gás da Bolívia.

Ministro dos Hidrocarbonetos no governo Carlos Mesa, o engenheiro Guillermo Torres estuda o álcool desde a faculdade. Mais tarde, como membro da Comissão de Energia dos Estados Latino-Americanos, ele fez simulações sobre as vantagens do álcool combustível. "O problema sempre foi o mesmo: o preço. Para obter uma mesma quantidade de energia, o custo do álcool sempre foi muito maior."

Fazendo uma estimativa a pedido do Estado, Luis Carlos Kinn, empresário do setor e conselheiro da equipe do governo boliviano, calcula que o álcool pode custar 2,5 vezes mais que o gás. "O problema não é tecnologia, pois seria até fácil fazer a mudança de uma fonte para outra. É o preço."

Kinn acredita que o governo brasileiro age corretamente ao investigar as possibilidades de substituir o gás pelo álcool.