Título: Prefeitura vai à Justiça contra antenas desligadas
Autor: Gerusa Marques
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/05/2006, Metrópole, p. C7

A prefeitura e a Associação Comercial e Industrial de Avaré vão à Justiça para derrubar a decisão do juiz-corregedor Alex Zilenovski, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), que mandou as operadoras de telefonia celular desligar por 20 dias as Estações Rádio-Base (ERBs), responsáveis pelo sinal dos aparelhos.

Avaré tem dois presídios, um próximo do centro. O outro fica no bairro Barra Grande, na zona rural.

Segundo o chefe de gabinete Celso Ferreira, a medida afetará moradores rurais que têm o celular como único meio de comunicação. A estação que atende Barra Grande e outros bairros rurais fica próxima da Penitenciária 2. "As propriedades rurais não são atendidas pela telefonia fixa e os moradores usam o celular em casos de emergência." Ferreira acha que a população vai se revoltar.

Em Iaras, que tem uma penitenciária, o prefeito Paulo Sérgio de Moraes (PTB) consultará a população para decidir as medidas que serão tomadas. Segundo ele, moradores da zona rural dependem do celular. Em Presidente Venceslau, que tem duas penitenciárias, o prefeito Ângelo César Malacrida (PT) classifica a decisão como absurda, por prejudicar a população. "Há reflexos nas atividades econômicas. Muita gente tem no celular uma ferramenta de trabalho." O prefeito de São Vicente, Tércio Garcia (PSB), é favorável à medida. Ele acredita que o serviço telefônico e a população não serão afetados, já que os três presídios ficam distantes dos bairros residenciais.

A polícia não pediu o desligamento da antena de Presidente Bernardes, embora seja nessa cidade que está o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP), que abriga Marcola.

A prisão conta com bloqueador de celular e regras de segurança que impedem a entrada de aparelhos no lugar. Além disso, nunca foi gravada pela polícia conversas de líderes do PCC que estivessem no CRP.