Título: País precisa impor sanções econômicas, defende CNI
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2006, Economia & Negócios, p. B4

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defende a adoção de sanções econômicas contra a Bolívia em resposta à ocupação pelo Exército boliviano de refinarias da Petrobrás. Para ele, a atitude do presidente Evo Morales foi violenta, inusitada e inaceitável.

"Não tem sentido o governo da Bolívia tomar uma atitude violenta, extemporânea, absolutamente inusitada e inaceitável como essa e o Brasil manter-se como se nada tivesse acontecido. O governo brasileiro tem de reagir prontamente, assumindo uma posição firme e clara diante desse episódio. A meu ver, só há um recurso: a adoção de sanções econômicas", diz o presidente da CNI.

Na avaliação de Monteiro Neto, cabe agora ao governo analisar que tipo de sanção adotar : "Acho que poderia ser a suspensão de fornecimento de bens e serviços , ou alguma reavaliação de contratos que estejam em curso ou de obrigações que vinculam o Brasil e a Bolívia do ponto de vista de empréstimos e outras operações financeiras".

O presidente da CNI sustenta que o país vizinho não teve uma atitude minimamente civilizada do ponto de vista das relações do Continente e do próprio padrão de relacionamento que o Brasil teve com a Bolívia ao longo dos últimos anos. Para ele, as sanções não deveriam ter caráter permanente.

"Além de traduzir o repúdio do governo brasileiro à forma que a Bolívia agiu, a adoção de sanções econômicas serviria ainda como instrumento de pressão para a abertura de negociações sobre a situação da Petrobrás", afirma o presidente da CNI.