Título: Governo argentino teme que falte gás no país
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2006, Economia & Negócios, p. B10

A decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, pegou a Argentina de surpresa em plena negociação pelo preço do gás boliviano que compra. O ministro de Planejamento, Julio De Vido, se reuniu com Evo na semana passada, na Bolívia, para dar início à negociação. Com o decreto de nacionalização dos recursos naturais, teme-se que a negociação será "duríssima".

O governo está preocupado não só com o preço que hoje é de US$ 5 o milhão de BTU, mas também com o abastecimento. Uma fonte do Planejamento disse ao Clarín que "se a medida implicar em menor produção, a Argentina será afetada".

Governo e empresas também estão apreensivos com o projeto do gasoduto do Nordeste, que seria construído pela Techint e Repsol YPF, ligando Argentina e Bolívia.

O gasoduto foi anunciado há dois anos pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, mas os investimentos estão parados e, pelo jeito, ficarão assim por algum tempo. "O que está claro é que , pelo menos por enquanto, absolutamente ninguém vai investir", opinou o ex-presidente da YPF, Daniel Montamat ao La Nación.