Título: Telefonemas irritaram Lembo
Autor: Cida Santos e Bruno Winckler
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/05/2006, Nacional, p. A12

As críticas contundentes do governador Cláudio Lembo (PFL) nos últimos dias têm uma razão: o pefelista quis deixar claro, aos que duvidavam de sua independência no Palácio dos Bandeirantes, que não passaria nove meses à frente do governo paulista sem deixar sua marca. "Nunca fui ou serei tutelado", avisou ontem, em conversa com o Estado.

As farpas que Lembo destinou aos tucanos teriam sido motivadas, segundo fontes, sobretudo pela desconfiança de que seus secretários estavam respondendo mais ao antecessor, Geraldo Alckmin, do que a ele próprio. O desconforto com os que o consideravam um "tampão" teria começado antes da onda de violência, iniciada dia 12. Ele já havia advertido seu colega de partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para que não marcasse audiências com secretários estaduais sem seu consentimento.

Em meio ao "momento único" de São Paulo, como se referiu ontem à onda de violência, a irritação com o tucanato teria atingido o limite quando o governador fora informado que Alckmin esteve o tempo todo conversando com os secretários Saulo de Castro Abreu Filho, da Segurança, e Nagashi Furukawa, de Administração Penitenciária. "Não me importo que eles falem com o doutor Alckmin, desde que falem comigo."