Título: Haiti receberá mais ajuda de países aliados
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/05/2006, Internacional, p. A15

Os países que participaram da ajuda de US$ 1 bilhão concedida ao Haiti nos últimos dois anos concordaram ontem com um novo aporte de recursos ao país. A ajuda financeira foi considerada indispensável para que o presidente René Préval, empossado no início do mês, mantenha um orçamento público suficiente para tocar os projetos emergenciais nas áreas social e de segurança e, em conseqüência, preservar as condições de governabilidade em seu primeiro ano de mandato.

Segundo o ministro de Planejamento e Cooperação Internacional do Haiti, Roland Pierre, o montante será definido com base num estudo de necessidades e deverá ser anunciado na próxima conferência de países doadores, marcada para 25 de junho em Porto Príncipe.

Ontem, durante a reunião internacional sobre o Haiti organizada pelo Itamaraty, houve consenso sobre a extensão do prazo de vigência do quadro de cooperação interino - uma espécie de plano de ação montado há dois anos com a orientação do Banco Mundial. Esse plano teria de ser encerrado em setembro, mas deverá ser adiado até 31 de dezembro de 2007. Os representantes de 16 países e 11 organismos internacionais presentes ao encontro também concordaram com a adoção de um programa de ações emergenciais na área social com o objetivo de reduzir os índices de violência no país.

O chileno Juan Gabriel Váldes, chefe da Missão da ONU de Estabilização do Haiti (Minustah), insistiu que ainda há riscos políticos e de segurança naquele país. Em princípio, os países envolvidos na missão, entre os quais o Brasil, acreditam ser necessária a presença militar estrangeira até o fim do mandato de Préval, em 2010.

Ainda ontem, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, nomeou o guatemalteco Edmond Mulet para substituir Valdés na chefia da Minustah.